quarta-feira, maio 12, 2010

A falta que você faz.

Parecíamos tão bem juntos. De repente, num dia claro tudo fez-se escuro, uma profunda e infinita escuridão. Sinto-me vazia por dentro, você talvez não saiba nem imagina a falta que me faz. Seus olhos, seu rosto, suas palavras certas em horas erradas, tão ternas. Lágrimas descem em silêncio pelo meu rosto. Ah, como queria ao menos ter a certeza que nada foi em vão.

terça-feira, maio 11, 2010

Passion - Parte 1

Lady Annabelle era conhecida como a mais famosa cortesã Portuguesa. Além de possuir muitos atributos que lhe eram favoráveis ela detinha a elegância, a leveza e a sensualidade necessária para desenvolver com eficácia seu oficio. Seu corpo era delicado e bem desenhado, sua silhueta era destacada devido ao uso continuo do espartilho que por tantas vezes lhe tirava o fôlego, bendito! Seu colo suntuoso evidenciava-se com os decotes que enlouqueciam os mais belos jovens e ricos rapazes da corte Portuguesa. Na noite de hoje estava ocorrendo uma das famosas festas reservadas a elite masculina, e é claro que Annabelle havia sido convidada.

- Oh!Annabelle! Por que deixou-me ontem? Minha noite não foi a mesmo sem você. - Disse o Conde Reinaldo de Macarenhas, um novo-rico que Annabelle foi designada a agradar.
- Querido... - Disse passando a mão em seu macio rosto. - Também senti muito sua falta, mas tive que sair, acredito que sua esposa a Condessa ficaria infeliz se nos visse, por acidente, em seu escritório, não achas?
- Você tem razão. O que achas de...

O conde Reinaldo foi interrompido pela figura demasiadamente bela do Lord Felipe Rowllings no qual livrou a Lady Annabelle de suas tentativas inúteis de levá-la até seus aposentos. O Lord Felipe era tão bonito quanto rico, mas nunca havia casado. De acordo com ele, por que casar-se quando há tantas moças belas e disponíveis a qualquer hora, a qualquer instante. Tinha fama de libertino e destruidor de corações. Annabelle tinha plena consciência disso, mas não pode evitar render-se aos encantos do jovem Lord.
Ele a levou ao escritório que ficava próximo ao salão principal, tão rápido quanto vinheram parar lá começaram a se beijar.
Felipe Rowllings havia conhecido Annabella numa dessas festas, ele lembrava-se como se fosse ontem. Ela estava rodeada por tolos que só faziam corteja-la sem dar-lhe algo que prendesse seu interesse. Como bem aventurado e conhecedor dos desejos femininos, ao qual acreditava ser, o Lord Felipe caminhou cheio de si e a resgatou daquela conversa cansativa e sem fundamento. A jovem ainda iniciante e sem conhecimento de vida o olhou e agradeceu por essa gentileza com um sorriso mais puro que ele já havia visto. Bem, este fato e observação não significa que o lord nutra uma paixão avassaladora e oculta por ela, não, não de jeito nenhum. Até parece que ele seria fisgado por aqueles belos par de olhos verdes, de jeito nenhum.
Mas de um jeito ou de outro desde daquele dia eles se encontravam em todas as festas e essa aproximação rendeu a Annabelle a má fama ou a boa fama, afinal, ela era uma cortesã. O relacionamento dos dois, na mente de Felipe, era baseado em atração e desejo carnal. Entretanto, para Annabelle tudo era uma questão de tempo até ele jurar amor eterno e sincero.

sábado, maio 08, 2010

A carta que entreguei.

"Sempre vivi com uma armadura, uma máscara para me proteger. Não estava pronta para mostrar-me ao mundo principalmente à você. Te amei, te amo e sempre te amarei.
Seus olhos castanhos me prendiam num transe, seu olhar sempre foi o mais belo que existe. Seus lábios rosados, ah seus lábios...
Ao longe te admirava pode chamar de obsessão, se quiser, eu prefiro chamar de amor. Não culpe-me se nunca tive coragem para falar contigo, tocar-te. Só Deus sabe quantas cartas escrevi e de quantas joguei fora.
Hoje à tarde enquanto caminhava no parque, sozinha, mas com você em meu coração, presenciei o que sempre rezei para que nunca acontecesse. Ela e você.
Fiquei em choque. Você a beijava como sempre desejei que me beijasse, seus corpos eram um só.
Uma lágrima desceu pelo meu rosto, não aguentei continuar a assistir àquela cena que tanto me matava por dentro. Corri para qualquer lugar longe de tudo e de todos.
Chorei tudo que tinha para chorar, tentei reconstruir meu coração para que no mínimo conseguisse suportar escrever esta carta. Nos meus sonhos sempre era eu e você. O amor é tão belo quanto traiçoeiro.
Entretanto, não escrevi esta carta para queixar-me tão pouco lamentar-me. Quero, na verdade, agradecer-te, depois de tudo percebi que não dá para viver assim escondendo-me de tudo. Hoje nasce uma nova pessoa, sem medo de amar, viver e até mesmo sofrer."